Hoje eu estava sentada, como fico todos os dias e todas aquelas lembranças ocuparam minha mente. Todos aqueles textos que eu já havia escrito para ti. Todas as cartas que eu fiz e nunca enviei. Todas as nossas conversas, nossas brigas.
Lembrei de como era agonizante te esperar chegar e como passávamos horas intermináveis juntos.
Lembrei que era apaixonada pelo seu sorriso e por me conhecer sem que eu precisasse me apresentar.
Lembrei que éramos um só, mesmo antes de nós conhecermos. E que mesmo após nos separarmos ainda éramos um só. Por que você ainda me conhecia do nada e eu ainda te dizia tudo aquilo que você precisava escutar.
Lembrei também da tristeza, da indiferença, do sumiço, do termino, da dor. Lembrei da inércia, da solidão, e das lágrimas que me dominavam dia a dia.
Lembrei que esqueci que tudo continua e que na realidade nada tem fim.
E me levantei num rompante, como se todas aquelas peças sem encaixe, encontrassem o seu lugar. Eu estava te esperando por quase um ano inteiro, esperando em vão. Eu estava deixando todo o resto para trás, até a mim. Eu estava abrindo mão de muito mais do que você possa merecer um dia.
E estava abrindo sem um por que. Por que você já tinha ido embora há muito tempo, eu só não tinha notado.
Eu caminhei. Já não havia necessidade de estática e nem velocidade. Era um tempo só meu, tempo de pensar e refletir. Tempo de decidir.
Eu não queria mais escrever sobre você. Não queria gastar minhas palavras pro nosso amor falido ou minha dor patética.
O mundo já estava cansado de me ver chorar e eu já estava cansada de não conseguir sorrir.
Não podia mais ser a escritora do nosso drama. Estava na hora de terminar essa história e começar a escrever uma nova.
Os passos estavam um pouco mais acelerados, até chegar ao ponto final. O esperando encontro da tinta com o papel era um marco: O último capitulo escrito, a última história. E a partir de então eu me tornaria a escritora de um outro alguém.
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