Em seus olhos cativantes, uma criança habitava. A criança que você já tinha sido e se perdeu.
No fundo daqueles brilhantes olhos castanhos, vivia o resquicio do teu antigo encanto.
O esplendor do teu sorriso me cegava. E quanto mais sorria, mais me apaixonava.
Teu jeito cativante, seus custumes, seus defeitos e qualidades e até aquele diagnostico de bipolaridade, me faziam ama-lo. E te querer, sempre mais.
Mas esse teu masoquismo egoista, me matava, me feria. E me fez a cada dia, sinceramente, desistir.
A dor que tu me infringia, a doce agonia, que cansada eu suportava, me afastou daquela criança, que dentro de você morava e que eu tanto almejava.
Aquela criança que se perdeu na tua magoa, que morreu na tua maldade e se transformou no que tu és.
Essa criança que eu queria e que nunca encontraria, me fez perceber que eu nunca te teria.
E então eu te esqueci.
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