sábado, 22 de maio de 2010

Lirios - Mariana Machado


Então eu estava embarcando e conseguia entender as indas e vindas dele. O sentimento de saudade eu já conhecia, mas aquele era diferente. Era mágico e pertubador, ao mesmo tempo.
Eu precisava habitar novas terras, descobrir novas rotas, dominar futuras e presentes gerações. Eu precisava viajar, voar e flutuar.
Eu precisava ser livre, uma vez na vida eu não deveria pertencer a ninguém: Nem a pai, nem a mãe e nem a homem algum. Eu deveria ser minha e só minha, mesmo que por pouco tempo.
E eu seria. Até ser dele. E eu fui feliz e fui triste. E chorei e sorri. E cantei e sofri. Eu vivi e morri. Convivi, odiei e amei. Mas aproveitei.
Foram anos regados pela grande felicidade de um amor impossivel, e também marcados por grandes tragédias. Mas foram os nossos anos. Anos que hoje me fazem falta.
E hoje, nesse frio que me consola e me mata, tenho vontade de me juntar a todos que viveram aqueles anos felizes e já não se encontram mais aqui.
Mas ainda respiro e enquanto conseguir respirar, hei de tentar mante-los vivos, nem que seja dentro de mim.
Naquele tempo, épocas negras se aproximavam e nenhum de nós sabia.
Seria uma grande luta pessoal e nós andavamos pelo campo.

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