O melhor homem? - Mariana Machado

Era diferente de todos que eu já havia conhecido.
Era calmo e tudo com ele fluia.
Tinha uma beleza assustadora. Porém sua maior beleza estava presente em sua personalidade. Era um homem único, não era igual aos outros.
Havia nele uma mistura de mistério, carinho, dor. Havia emoções vividas, arrependimentos, superioridade e inteligencia.
Mas não conseguia se enxergar da forma certa. Tinha problemas para aceitar o quão bom era.
E por mais que eu fizesse questão de mostrar a ele, ele não conseguia entender.

Era tão intenso, tão vivido, tão diferente que me conquistou rapidamente, sem medir esforços, sem nem mesmo querer. E me fez ficar encantada por ele, a cada ato, a cada simples palavra, (Que haviam deixado de ser simples e se transformado em tudo.) ou até mesmo pelo fato de ali estar.

Mas nem tudo nele era encanto, devo admitir. Ele adorava utilizar de seus misterios comigo, ser vago. Adorava me provocar. E parecia ter o dom de sumir. Escapar.
Ou então de me deixar boba por uma noite e na seguinte decepcionada.

Minhas madrugadas sempre foram sozinhas e sempre as aceitei de bom grado, pelo motivo de nunca ter companhia. Mas depois que ele apareceu e as encantou, foi dificil ficar sem.
Eu era feliz na ingenuidade da solidão. E agora que já sei como é bom estar acompanhada, é doloroso ficar sozinha.
Mas as vezes, o doloroso é a melhor opção.

Era o melhor homem que já conheci e dele eu ainda nada sei. Sei muito pouco, sei suas virtudes, seus trejeitos, suas manias. E já o idolatro.
Não temo que seus defeitos me façam odia-lo. Na realidade temo que façam com que o idolatre mais ainda.
Mas devo admitir que temo realmente é conhece-lo por inteiro. Por que ai eu terei certeza absoluta que ele é o melhor homem que hei de ter conhecido e isso pode ser muito doloroso.