quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Confesso - Mariana Machado


Confesso que o vazio me deprime, o silêncio me leva ao choro, a lembrança, ao desespero. O preenchimento me leva a distância, a saudade, um aperto.
Confesso que a antiga glória de um passado já não tão recente, perde o brilho, se apaga, as curvas estão mais distorcidas, a nitidez está embaçada. E o sentido, houve em algum momento? A razão, a lucidez? Se isso só poderia acabar da forma em que acabou.
Confesso que do que adianta levantar da cama todo dia e forçar um sorriso no rosto, um brilho nos olhos, andar alguns quilometros, dar bom dia e boa noite. Fingir que continuei , que esqueci, se a cada pequeno espaço vazio na minha mente, você ocupa e não sai mais?
Confesso que do que adianta te ver sorrindo do lado dela, se o 'ela', não sou eu?
Confesso que do que adianta tanto amor, tanta dor, tanto desejo, tanta vontade, tanto ardor? Se o que se passou você esqueceu, e o que ficou, agora é só meu?

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