Solidão: Já havia escrito sobre isso tantas vezes que nem sabia mais como escrever. Era mestre nessa área, pois passara a vida toda sozinha, sem nenhuma companhia.
Quando finalmente achou estar sendo acompanhada, não passava de um sonho. Almejou outras companhias, mas nunca conseguiu de fato obtê-las.
A caneta já vacilava no papel. Não podia escrever sobre amor ou felicidade. E já tinha escrito tudo sobre dor, angustia e solidão.
Sua alma sentia saudade de soltar um grito e liberar tudo que a atormentava em forma de poesia. E principalmente, sua alma clamava por companhia. Mas ela já havia posto em sua cabeça que independente do que fizesse estaria sempre sozinha e desistiu de tentar.
Parou de ir ao encontro do grande Totem que tudo via e perdeu o conforto que nele havia encontrado.
Foi nesse ponto que se desencontrou de si mesma e por um minuto a idéia do fim não lhe pareceu tão ruim.
Mas ainda era cedo e ela sabia que não poderia terminar com o show, antes que o circo pegasse fogo. Então simplesmente foi engolindo o passar dos dias, que virariam meses, anos, até que então pode reencontrar uma ultima vez com o grande Totem iluminado e lhe saudaria como fazia antigamente: Com um amoroso sorriso de quem reencontra aquele o qual já amou.
E seria então o seu ultimo encontro, pois o fim lhe seria eminente.
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