domingo, 10 de abril de 2011

Quebra Cabeça - Mariana Machado


Era de manhã e pela janela o sol brilhava forte e aquecia todo o quarto, que há pouco ainda estava frio.
Meus olhos se perdiam na vastidão do mundo, enquanto minha mente só conseguia pensar em você: No quanto me fazia falta, em como poderíamos ter sido felizes, como sempre sonhei em estar contigo...
Já faziam quantos meses? Quase nove. O relativo a um parto: O inicio de uma vida. E significava o nosso fim. A nossa morte. A sua ida, a chegada dela. A minha loucura parcial, minha solidão crônica. Sua pena, minha amargura. Minha dor mais latente.
E meus subterfúgios de nada serviam. As palavras me doiam, a literatura me lembrava a ti. Minhas fortalezas haviam caido como um castelo de areia umedecido pelo mar.
Eu seria para sempre sua, mesmo que não me quisesse mais.
Minha mente começou a relembrar seus olhos firmes e o seu sorriso, o meu sorriso favorito.
Relembrava o toque leve da sua pele, seu hálito quente, seu cheiro inconfundível. Como ansiava por sentir seu cheiro outra vez.
Minha mente se perdia nos detalhes que eu tanto amava em você. Cada um deles guardados com tanto cuidado em minha mente, para que nada se perdesse. Para que pudesse mantê-lo sempre comigo.
Foi olhando pela janela que percebi: Eu estava te esperando. Passei todos esses dias esperando por você, passaria todos os anos necessários te esperando.
Eu estaria pra sempre perdida em curtos dias de descansos e longas noites excruciantes.
Eu estaria sempre perdida em uma noite quente de julho.
Estaria pra sempre perdida na minha espera, perdida pra sempre em você.

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