sábado, 3 de setembro de 2011

Curvatura - Mariana Machado


É difícil para alguém como eu - totalmente rendida pela pessoa errada - aceitar que tudo foi em vão. Que todas as dores, lágrimas e concessões não valeram nada.
Luto em vão e sozinha, contra a correnteza, e vejo meu barco se distanciar cada vez mais do seu, vejo as horas passando e cada vez mais me sinto uma estranha perto de ti.
E por mais que eu queira partir, que eu reze todas as noites para ter coragem o suficiente parar sair da sua vida, eu fico. Fico por que te amo.
E mesmo que eu chore todas as noites, eu também peço para te ter de novo, ter aquele por quem me encantei.
É assim que percebo que sempre estarei fadada a estar contigo. Eu vi algo em ti -algo que sequer consigo saber o que é - que me prende a você e não me deixa ir.
E agora quando a curva vem chegando ao final que me pergunto se dias melhores voltarão a existir para nós dois. Me pergunto se ainda sou eu mesma, ou se já acabei me tornando o que você sempre quis que eu fosse.

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