As palavras sempre tiveram muita importância para mim. Na realidade as palavras sempre foram a única coisa que tive.
Por isso me dói tanto ficar sem elas. Mas do que me adianta escrever palavras vazias e falsas? Elas só iriam me afundar mais, iriam me fazer ter nojo de mim mesma, por ser tão falsa com o meu maior tesouro. Amo demais as palavras parar agir dessa forma.
As vezes consigo por para fora alguns versos de dor, sinceros, tortuosos, sombrios. Mas não se estendem muito e por isso nem me alarmo com eles.
Não há mais o que escrever. Não há mais sensibilidade ou sentimento. Não há mais inspiração. Tudo isso por que não há mais você aqui.
É tudo vazio e escuro. Frágil, desnecessário. Não há sequer por que continuar: Não há mais palavras, nem você. E por isso não há mais sentido.
O que eu ainda estou fazendo aqui? A única coisa que sei fazer de melhor: Amar você.
Ainda estou aqui para me lembrar de ti, para te manter vivo, para fazer com que a sua memória ainda esteja presente.
Para que todas as linhas que já escrevi sobre ti, um dia, sejam reunidas e espalhadas, por todas as pessoas que possam fazê-lo.
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