terça-feira, 8 de novembro de 2011

Guerras - Mariana Machado


As músicas que me acompanham desde muito antes de você chegar, hoje, só sabem trazer recordações da sua existência.
Tais melodias entram nos meus ouvidos e se alojam em minha alma, me fazendo recorrer às memórias – que mantenho trancadas em minha mente para não fraquejar – que tenho de nós dois.
E choro – por fora e por dentro da alma – ao perceber que nada, nunca mais, conseguirá ser como antes. Por que o tempo, a sua ida, nos provocou estrago e dor demais para que tudo simplesmente terminasse bem novamente. E notar isso dói demais.
Dói por que perdemos a última luta e também toda a guerra. Fomos fracos e pequenos, incapazes de prosseguir, agüentar e persistir.
Fomos – de formas totalmente diferentes – mal treinados para o campo de batalha: você por boicotar todas as suas lutas e por sempre se render e entregar os pontos. E a mim por sempre lutar demais e nunca saber a hora de recuar, de ir embora.
Mas nunca pensei que, mesmo misturando tantas falhas como as nossas, teríamos de suportar tantas feridas de guerra, tantas feridas incicatrizáveis, dolorosas, como as quais obtivemos a perder tudo que tentamos construir com o nosso amor.

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