segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vento Forte - Mariana E Jandeir.


Vento forte...
um barco a velas,
o vento forte...
varia as coisas,
varria o cabelo,
me varria para longe,
como um soprar em uma folha seca...

A lua brilhante, velava os amantes que por ali passavam.
O vento em conjunto formava um caminho errante.
Era o vento e a luz, o zelo e o erro, atuando de uma só vez.

As águas, por sua vez, profundas...
cheia de segredos,
como o meu coração...
o barco balança,
ameaça virar...

O barco deveria aprender a navegar com um mínimo de dor, ou então estária sempre em perigo de naufrágio.
O vento era traiçoeiro, a água era sombria. Seriam sempre perigosos, se ele não soubesse manter seu próprio equilibrio.

As mãos se tocam,
os olhos se veem...
o brilho trocado no olhar, a respiração se torna mútua...
o cheiro da pele quente, o hálito... tudo estava ali...
a balançar no vai e vém da marola.
e o vento...
esse continuava a soprar... nos levando para longe...
à luz da lua.

Quando a noite terminasse, e o vento cessasse, os amantes já estariam distantes.
E tudo que naquela noite estivera junto, de manhã já não mais estaria.
Assim como o barco, que nessa hora já estaria em outro porto, esperando a mesma lua, o mesmo vento, em uma situação diferente. Em uma nova paixão.

E o vento continua soprando...

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