domingo, 29 de agosto de 2010

Noite Decepcionante - Mariana Machado



O leve vento balança as folhas das árvores lá fora. Meu pensamento segue esse mesmo ritmo. A tristeza ecoa dentro do recinto.
As lágrimas já não são mais contidas e cada uma a cair, dói como uma pancada.
Acreditei demais? Idealizei demais? Me doei demais? Esperei demais?
Qual teria sido meu erro? Será que houve algum acerto?
Ou será que eu estaria agora cobrando demais? Estaria eu desejando que intensidade fosse recíproca mais uma vez, em vão?
Ou então seria ele que sem perceber estava mesmo transmutado?
Havia eu negligenciado dele? Havia-o deixado de lado? Ou então ela havia se tornado mais importante? Eu havia perdido espaço?
Afinal o que teria acontecido? Talvez nem ele saiba..
Mas não saber, me agoniza.
Por que tenho que perder todos aqueles que considero e que amo? Por que tenho que amar demais, me doar demais, esperar demais e sofrer com a falta de retribuição?
São perguntas sem repostas. Questionamentos sem solução.
Teorias filosóficas já não mais funcionam, pois são frias demais pro meu coração tristonho. Eu era dele, como de alguns outros. Mas estranhamente, ou talvez não, nenhum deles era meu.
Talvez fosse minha sina, talvez fosse só o tempo errado, as pessoas erradas, com os sentimentos errados. Independente do que fosse, doía. Doía como cada lágrima caída. Como as folhas balançantes a chicotear.
Doía por que era amor em vão.
Não adiantaria de nada falar, por que ele não queria ouvir.
A mim só restava desistir e deixar ir. O que acontecesse me seria bem vindo, sendo dor ou não. Seria destino.
E se por um acaso ele se tornasse meu, ele então voltaria, e me encontraria a esperar de braços abertos, mais uma vez.

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