segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Balança - Mariana Machado



Hoje foi engraçado, afinal não esperava te ver. Depois de tantas lágrimas despejadas por nós, pude sorrir ao te ver.
Naquele tempo eu pensava que só existia um culpado: Ora eu me culpava, ora era tu o culpado.
Mas o passar do tempo me fez ver que as vitórias e derrotas eram méritos de nós dois.
Que nós dois erramos e que o término foi a escolha certa.
Tudo aquilo que me falou, feriu e machucou. E entalhou nos meus ouvidos e reviveu no meu peito esburacado.
Mas hoje, depois de tantas lágrimas e de alguns outros amores passageiros, percebi completamente o que aconteceu.
Minha indiferença me fez perde-lo, sua insensibilidade me retirou de ti.
E agora, sentada na antiga varanda, do seu lado do banco, vejo o quanto você sofreu por ter me traído com outra. Sim, você sofreu. Eu sei que sofreu.
Dessa vez escolho aprender com meus erros e continuar com a minha vida. Logo um homem estará estacionando o carro na sua vaga e meus pensamentos ficarão distantes.
Ele vai se sentar na nossa varanda e saborear aquele vinho que você tanto gostava.
Como vê nossa vida continua intacta. E ele aos poucos tomará o seu lugar. 
E então estaremos quites.

Mas eu tenho que admitir no meu intimo e admitir para ti, que se eu pudesse teria o velho carro estacionado na calçada, com o meu velho companheiro de sofrer e sorrir, vindo se sentar na nossa varanda.
E a balança fica igual de novo.

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