quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Martha Medeiros


"Não sabia que doeria tanto, que era tanto, que era muito mais  do que se pode saber, ninguém pode saber um amor, entender um amor, tanto que terminou sem muito discurso, foi uma noite em que você quase pediu, me deixe. Você realmente pediu, sem pronunciar palavra, você vinha pedindo, me deixe, olhe o jeito que lhe trato, repare em como não te quero mais, me deixe, e eu, de repente, naquela noite que poderia ter sido amena, me vi desistindo de um jantar e de nós dois, a decisão mais rápida da minha vida, e a mais longa."


"Assim foi durante os dois anos em que estivemos tão juntos e tão separados, eu em constante estado de paixão e luto."



"Você lembra como eu chorei aquela noite, lembra do fim, você não pode ter esquecido aquela cena, entramos  em casa sem acender as luzes, você olhando para fora da janela enquanto eu derramava toda a minha frustração e meu desespero, como se a culpa fosse minha e não sua, ou fosse sua e não minha, como se existisse culpa para o termino de um relacionamento que simplesmente não tinha mais combustível, nem estrada.
Faz quanto tempo desde aquela cena? Eu consigo enxergá-la por vários ângulos, vejo você de costas para mim, parecia um soldado, tão ereto, em vigília de  si mesmo, querendo saltar do terceiro andar, sair sem precisar passar pela porta, sem passar pelo Adeus..."

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